quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dizem que sou louco.

Loucura ou Insânia: De acordo com a Psicologia é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade.

De um lado pessoas aparentemente normais, do outro pessoas tentando burlar os padrões, mas na verdade ninguém assumindo o que é de verdade.
Certa vez caminhando por uns vales achei o maior experimento do mundo ... nele consegui ver o fundo do fundo.
E por um momento parecia que alguém conversava comigo, num insight, e me dizia:
"Tudo vê, tudo sabe, mas tudo esquece.
Luta pelo imaginário e larga as armas de frente a realidade.
Agradece pelo sol, pela lua e pelo canto dos pássaros,
dá bom dia pro gatinho do parque.
Conversa com o vento.
Põe a diversidade como filosofia de vida, se comunica com o mundo.
Se dá bronca quando tropeça, e ri de sua própria idiotice.
É alienada nas coisas sérias, e antenada nas coisas desnecessárias.
Nem tudo que promete cumpre, até porque nem consegue lembrar o que tinha prometido.
Pensa em conquistar o mundo com seu jeitinho ... as vezes meigo, as vezes ríspido.
Não se magoa facilmente, e mesmo assim quando acontece não exita em perdoar, a vida é tão curta ...
Não arma briga com ninguém, mas quando alguém pede fica sem jeito de negar.
Dança e canta no meio dos becos ao som de suas melodias ecléticas.
Não se liga na lógica, procura soluções impensaveis.
Arruma todos os dias a bagagem pras aventuras da vida.
Dorme com raiva, acorda serena e esquece o porque da chateação.
Em alguns momentos é totalmente previsível...em outros indecifrável aos olhos humanos.
Não procura resposta, por si só consegue encontra a solução.
A cada dia que passa se ama mais, ou se odeia menos.
Consegue encontrar sua felicidade no nada, e isso a faz diferente...não precisa de grandes conquistas, prêmios e realizações para reconhecer que é feliz!"

Quando a voz parou de falar, dei por mim e vi o espelho em minha mão. Incrível poder enxergar o que está oculto.

"Dizem que sou louco por eu ser assim, mas louco é quem me diz que não é feliz."


"Olhe bem nos olhos, e verás a janela da alma"

Escrito por: Paula Marini

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Agora? Já passou!

Oportunidade: Qualidade do que é oportuno; ensejo; ocasião favorável.

E dessa vez céu azul, ventinho de fim de tarde e ... angústia no coração.
Na lama de meus pensamentos me entrego a razão, que não me leva a lugares altos, só a momentos sem sentimentos. 
Olhando para minhas mãos abertas eu via minha pequenina sementinha, a encontrei perdida numa madrugada...estava meio ressecada caída em uma das vielas. Eu a olhava e me perguntava o que eu poderia fazer com ela ... Plantar? Jogar fora? Simplesmente deixar no meu banquinho? Não sabia o que fazer com tão grande experimento, afinal já fazia um tempo que não cultivava nada, já havia até desaprendido.
Nossa ... parecia uma decisão tão simples, mas a dúvida pairava sobre meus neurônios cansados.
Se eu plantasse poderia me apegar demais, ou então não cuidar do jeito que deveria. Então decidi jogar fora, mas quando a taquei no meio do nada ela misteriosamente veio parar em cima do meu banquinho, fiquei assustada, mas percebi o quanto ela queria ficar comigo, e que eu pelo menos tentasse cuidar dela, mas que eu não deixasse ela morrer sem pelo menos ter a chance de viver.
Guardei ela por um tempo, dias eu achava que tinha que plantar e arriscar, dias eu achava que era melhor me desfazer logo, dar pra alguém sei lá, antes que ela sofresse mais ainda.
Pensei, pensei, pensei, e ela acabou sumindo. Não estava no meu banquinho, nem na minha árvore, mas não saía da loucura de meus pensamentos. E percebi o quanto aquela companhia de tão simples semente me fazia bem. Apagava do meu peito a minha solidão, pode ser estranho, mas me dava carinho e ocupava a minha mente com coisas sadias, quando só o que eu não queria pensar me vinha ao pensamento. Procurei muito, e não encontrei...
Então, certo dia caminhando, vi uma flor diferente num jardim vizinho. Olhei para aquela flor e me hipnotizei, não conseguia nem andar de tão magnifica que era. Passei a mão nela e senti seu cheiro espetacular, que me lembrava alguma coisa. Sim, era ela, minha sementinha. Minha não! Agora já pertencia a outra pessoa, que com certeza jamais me devolveria ela, e de certa forma com razão.
As oportunidades nos são dadas, quando não aproveitamos outra pessoa aproveita por nós.
É, percebi o quanto a razão me manipulava e o meu coração se calava, lamentável mas pura realidade.
De volta ao meu banquinho, a única coisa que pensava era em minha semente ... que não era mais minha, e que mesmo que tivesse opção de mudar de jardim, não seria o meu que ela habitaria.


"Toda forma de aprendizagem é válida. Mesmo que seja cruel, e te ponha de pé na realidade pisando em pregos."

Escrito por: Paula Marini

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pretérito imperfeito.

Passado: Que passou ou decorreu.

E dizem que o tempo leva ... mas dessa vez não levou, e tão pouco curou. Tentava dar passos mais largos para sair depressa desse labirinto, mas quanto mais eu ensaiava dar uma corridinha, mais eu ficava presa na areia movediça do que passou.
Na impossibilidade de ficar eternamente enterrada nesse passado decidi parar um pouco de caminhar e me encostei numa árvore imensa ... os galhos eram tão grandes que davam a impressão de que iam me abraçar, aaaah que carinho. Naquele momento senti que alguém podia me entender, me abraçar, me acolher. E que eu podia ser igualzinha aquela árvore, que o tempo leva as suas folhas, mas em outra estação tráz outras novinhas, mas como toda a natureza tudo tem o seu tempo.
E qual é o meu tempo?
Naquela tarde gostosa de primavera, com ventinho de outono, nuvens carregadas de inverno e necessidade de uma sombrinha como no verão ... me confortei naquela árvore. Mas me vinham tantos pensamentos impensados, parecia que eu não podia parar um minuto a minha mente, que ela agia sozinha, e trazia coisas de dentro de mim que eu não queria sentir agora.
Pra que reviver uma coisa no presente se a dei como morta num passado?
Pois é ... mas como toda mudança, essa não deveria ser diferente, deveria ter sido feita de dentro pra fora, mas não! Externamente cavei um buraco e joguei o que queria nele e enterrei. Mas de onde eu deveria ter tirado eu não tirei...ai meu coração! Aquela chama ainda queimava lá no fundo, e era triste saber que quem colocou fogo foi eu mesma.
Como num conto, meu corpo inteiro ardia, eu conseguia ver as chamas vindas de meu coração passar para todo o meu corpo e ainda atingir a inocente árvore.
Tudo em chamas, mas nada se derretia. De repente aquela nuvem carregada fez seu trabalho ... um temporal, torrentes de água! Mas nada conseguia apagar aquele fogo que fisicamente não fazia mal.
Em cada faísca que saía daquela chama eu via um devaneio. Tudo o que eu achei que estava morto batia alí em minha porta, e sem querer pensar, sem querer argumentar, sem querer abrir os olhos pra realidade eu conseguia reviver aquilo tudo. Cada momento, cada afago, cada cumplicidade, cada .. cada ...
Como num "efeito borboleta" eu tentava mudar o que eu já tinha feito, pra consertar meu presente e esboçar meu futuro, mas era tarde, muito tarde. Nem o Escritor passa corretivo em um capítulo para mudar o final da história, bastava eu me conformar.
E com a certeza de que essa minha viagem não daria em nada, só em dor e em mais sofrimento eu tentava conseguir manipular pelo menos o pause da minha história, foi em vão!
Novamente um temporal, mas dessa vez de lágrimas, e me debatia contra o chão pra ver se aquele pesadelo real de recordações acabava, mas não! Fui obrigada a ser a protagonista da história de novo, tudo reprise. E num súbito final, uma única lágrima escorria e então eu pude abrir os olhos daquele pesadelo.
"Por aqui" tudo do jeito que eu tinha deixado, que pena ... daria tudo pra viver aquilo de novo, de forma diferente ... intensamente cada segundo ...
Tenho certeza de que isso nunca vai me deixar .. serei eternamente escrava desse sentimento.
Ainda naquela sombrinha, dei um abraço na minha amiga árvore pedi desculpa pelas chamas, mas ela estava intacta. No céu, estrelas piscavam como vagalumes...chegava mais uma noite sem pena de mim. Sem pena daquele momente de reflexão antes de fechar os olhos para dormir, que iriam, como todos os dias da minha vida, me fazer reviver aquilo tudo de novo, mas só no imaginário, e mais uma vez ver que quem errou foi eu ...

" O pior passado é aquele que vive presente dentro de nós. "


Escrito por: Paula Marini

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Breve pensamento.

"Sério mesmo?Entre eu te magoar ou você me machucar, eu prefiro te esquecer ... se é que um dia pensei em você!"

Escrito por: Paula Marini

sábado, 25 de setembro de 2010

Apenas um em milhões.


Solidão: É um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento.

Meu famoso banquinho, aaa como ele me ajuda a perceber as coisas em meu beco. Sentada nele viajo galaxias, mas dessa vez não precisei ir tão longe.
Olhei pra frente, respirei fundo, bem fundo! Nossa consegui ver tanta gente que nem conseguia parar meu olhar em alguém específico, pessoas indo, pessoas vindo, mas ninguém parando.
Ninguém percebia o que estava acontecendo ali, elas tinham pressa e não se importavam se alguém estava precisando de ajuda. Eu vi pessoas chorando, pessoas agonizando de dor, vi pessoas desesperadas, presas em seu próprio 'eu' vazio, vi pessoas que precisavam de "motivos"...mas de verdade eu não conseguia ver ninguém, meus olhos já cansados pediam arrego.
Olhei pro alto e na certeza de que minha única arma naquele momento era minha prece, meu poder de conversação com o Soberano Criador da existência. Não indaguei o porque do sofrimento, ou o porque da falta de auxílio, achei mais proveitoso pedir ajuda independente das respostas. Percebi naquele momento que por mais sozinha que as pessoas estivessem, elas tinham o prazer de contar com uma Companhia muito maior do que imaginavam, era só elas mesmas se reconhecerem. Ele estava preparado pra escutar tudo o que elas precisavam falar, as vezes elas nem precisavam se expressar pra Ele entender o que se passava no mais íntimo delas. Será que era tão difícil assim elas perceberem isso?
Ele estava alí ao lado delas em todos os momentos, nos tristes e felizes, mas porque esquecer Dele no momento de fraqueza do ser, se Ele é o principal ingrediente da força?
Me levantei! Queria subir em meu banquinho e começar a gritar, mas não prestariam atenção em mim, e quem prestasse ia acabar ficando com raiva de mim e Dele pelo "espetáculo". Então toquei no ombro de uma delas, de cabeça baixa, ela não queria olhar pra mim, mas insisti. Ela estava sentada no chão, e eu em meio a minhas loucuras, queria estar mais abaixo do que ela e me deitei no chão. Agora sim eu conseguia olhar nos olhos dela, não proclamei uma palavra, meu único instrumento era meu olhar, tão perdido quanto o dela, mas com a certeza de que tinha alguém ao meu lado. Toquei em seu ombro e disse: "Não precisa olhar pra mim, olhe pra dentro de você, e se você não se enxergar, olhe pro alto". É, ela olhou pra mim, pude ver o quanto de esperança ainda restava nela, a única coisa que ela precisava era uma ajuda, um 'empurrãozinho'...como ninguém tinha visto isso antes?
Ela olhou pro alto, e como o gesto mais bonito que ela poderia ter feito, ergueu os braços pro céu e tenho certeza que naquele momento ela sentiu um abraço fraterno. Se levantou, me ajudou a levantar, me entregou o que de mais valioso tinha e saiu a caminhar pelo beco.
Pois é, em meu banquinho novamente eu sentei, mas parece que todos já tinham passado por mim, não via mais ninguém...é eu estava só.
Mas estava esquecendo de uma coisa, tinha algo em minha mão que estava fechadinha, parecia que estava guardado um tesouro, mas nem eu sabia o que era.
Quando abri a mão, percebi que aquela pessoa me deu o que ela tinha de mais valioso mesmo, mais parecia um cristal, vermelhinho, vermelhinho. E num é que ela acertou o que eu precisava? O meu coração, de todos os pedaços que deixei pelos caminhos que passei, alguns não foram retribuidos, então ele estava com partes vazias, e o pedacinho que ela me deu, coube em cheio. Ela já tinha ido embora, mas pude agradecer ao Grande Amigo que tínhamos em comum, olhei pro alto e...depois que dei uma piscadinha..."Obrigada Papai".

Nada poderá me abalar, eu tenho a Força e a Vitória.


Escrito por: Paula Marini.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Me dê motivos.


Motivo: Razão, móvel; aquilo que nos leva a fazer algo, ou justifica o nosso comportamento; explicação, justificativa.

Certa vez cansada de ficar sentada em meu banquinho decidi me esparramar feito criança naquela grama verdinha, verdinha. Uma brisa fria de primavera passava sobre minha pele, um clima gostoso digno de fim de tarde.
Por um momento me perdi em meus pensamentos, e me peguei vagando em outro mundo, outro mundo? É ... me perdi e me encontrei! De repente me vi sentada no topo de uma montanha, ok, eu nem conseguia me mexer pois parecia que se eu respirasse eu poderia cair naquele penhasco tão próximo de meus pés, mas essa sensação passou tão rápido...de outra forma instantânea sentadinha lá consegui me sentir em casa, balançava meus pés como se eu estivesse num balanço da praça. Fechei os olhos e se eu batesse os braços tenho certeza que conseguiria levantar vôo, porque era essa a impressão.
Quando abri os olhos, pude ver uma nuvem de interrogações, questionamentos, argumentos falhos, problemas inexistentes, tristeza irracional, e medo, nossa uma nuvem imensa, muito medo! Medo da falta de motivos pra insistir em sua existência, pra bater o pé e dizer com firmeza que não se está cansado, medo da falta de motivos para colocar ar em meus pulmões.
Aparentemente protagonizava a peça perfeita, era um espetáculo. Quem estava de fora, aplaudia e não acreditava na falta de sucesso. Mas ninguém queria desvendar o que se passava na coxia, porque era mais fácil aceitar a grande apresentação, do que ainda se preocupar com as razões do script estar meio obscuro.
O diretor do evento estava meio sem criatividade, ôôôô estava faltando ação, comédia e claro romance, o gênero que mais prevalecia era drama, mas que drama hein!
Luz, câmera, ação...gravando!
Aaaaah aquele capítulo, jamais será esquecido! A mocinha já estava desesperançada com todo drama de sua história, drama as vezes até escrito por ela mesma já que ela não fazia nada pra reverter a sua situação nesse espetáculo. Até que um dia, em alguma torrente de chuva de verão em pleno inverno eis que surge a boa nova, a alegria, a motivação, o erguer-se do chão. Aaaah que MOTIVO pra se ter vontade de viver, crescer e permanecer.
Ela abre a porta e encontra uma carta, nela escrita que o grande amor de sua vida nascerá, e virá pra renovar todos os sentidos e vontades guardadas em seu coração. De imediato um baque, um segundo depois lágrimas, de tristeza? Não! De felicidade de poder revigorar tudo o que se tem por dentro e não deixar mais um coração perder o sentido pra bater.
Depois de mergulhar nesse profundo azul de meus anseios, uma borboleta lilás pousou na pontinha do meu nariz, senti cócegas, acordei e aplaudi de pé a última cena que pude assistir da peça...porque o restante ainda é surpresa, nem eu sei, só o meu Grande Escritor que sabe, e Ele guarda segredo como ninguém. Já estava tarde nem conseguia mais ver o fim do abismo que estava em minha frente, então decidi repousar um pouco meus olhos e dessa vez meus pensamentos também. Quando acordei lá estava eu na grama veeeerdinha, e tinha um cachorro comigo, uma luneta, um regador,e minha  roupa suja, parecia que tinha brincado na lama. Mas como? É que enquanto me desvendava, eu mesma estava aproveitando os grandes motivos da vida.

Em especial, obrigada Afilhado(a), minha razão mesmo estando ainda na barriguinha.


Escrito por: Paula Marini

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Preciosa.


Preconceito, definição popular = opinião sem conhecimento.
Preconceito, definição de dicionário = é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminação/discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos".

Vejo brancas, loiras, morenas, ruivas, mas não me encaixo a nenhum desses grupos totalmente. A miscigenação das raças já foi aceitada por aqui, mas sua estética marcada em carne e osso não!
Certa vez, sentada em um banquinho observava uma menina que se escondia em uma capa de ferro. Ao meu ver a menina era linda, morena, cabelos longos e lisos mais parecia que tinha vindo de alguma tribo, tinha um jeitinho de índia! Estava sentada sozinha, olhando a árvore e escutando cada detalhe do canto dos passarinhos, seus olhos brilharam quando viu um gatinho se aproximando, com ternura passou a mão em seus pêlos e ele a retribuiu com uma lambida gostosa em suas mãos e ela pode perceber naquele momento que alguém se importava com ela.
De longe mesmo sem saber de sua vida, eu já sabia o porque de sua solidão...sabia? Refletia naquela cena coisas que presenciava no passado e que até hoje pairam sobre minha mente confusa. Rosto lindo e sorriso encantador, mas não tinha uma "fôrma" corporal que agradasse a quem a olhasse, gordinha? Cheinha? Obesa? Não sei julgar essas coisas, só sei de uma coisa...É HUMANA! Carne, osso e coração. Ah sim, coração...coisa que quase ninguém pensa na hora de conhecer o outro, o que importa é o que se vê externamente, preconceito bobo!
Por um momento essa menina me encarou e conseguiu desabafar cada tristeza em um simples olhar...que me dizia: "Tia, me tira daqui, tô sufocada". Me sufocou! Saí correndo, sem olhar para os lados, de imediato coloquei minhas mãos em meus ouvidos para não ter que escutar nenhum grito, estava num dejavú de lembranças.
Ah aquela menina preciosa...ela queria amigos, namorado talvez, trabalho, que não se importasse com o que ela tem por fora, mas que dessem valor ao que ela carrega dentro do peito e ao imenso talento que tem.
Corri por algumas vielas até meus pés não responderem mais meus comandos...parei no primeiro fecho de luz, mas não enxergava nada queria me encontrar para tentar entender o que estava acontecendo, mas meu lugar é na escuridão e é só lá que encontro meus medos, desejos, tristezas, alegrias, mágoas, tudo guardado num vácuo interminável, meu!
Quando dei mais um passo (não mais com meus ouvidos tampados), ouvi uma voz me chamando, tentei olhar pra frente e consegui ver um banquinho, lá estava ela, linda, me estendendo a mão e me oferecendo ajuda. Agora eu era a vítima, e ela se culpando por ter me feito lembrar. Fui ao seu encontro, ela me abraçou e deu pra ver em seus olhos toda a esperança de mudança para mim, e disse: "Tia é assim mesmo, eles não tem culpa. Esse estereótipo foi imposto há tempos, o que nos cabe agora é fazer a diferença. Qual seria a graça de sermos todas iguais?". Choque!! Ela via ponto positivo em ser assim, que lição!! Na verdade essa garota não era uma estranha, eu a conhecia muito bem, era...

"Você é bonita não importa o que eles dizem,palavras não vão te fazer cair.
Você é bonita em todos os sentidos. Sim, palavras não vão te fazer cair
Então não me faça cair hoje..."
(Beautiful - Christina Aguilera)

"A cada sopro de maldade que nos assombra inevitávelmente nos transformamos em pequenos indefesos."

Escrito por: Paula Marini

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Meu futuro logo alí !



Psicologia: psiché (alma) + logos (razão, estudo) = O estudo da alma.

O sonho da tão esperada faculdade, prestes a se concretizar, nada mais pode tirar de meu interior a certeza de que EU NASCI pra isso!
Pra muitos uma profissão fácil, que só pensa em tirar o dinheiro das pessoas por minutos de "desabafos", mas a Psicologia vai além disso...é por amor ao próximo, pela vontade de ajudar, de entender, quando nem mais a pessoa se entende e se vê perdida aqui nesse mundo de loucos. Não que esses profissionais dêem a resposta para tudo que há na vida, na verdade eles não dizem nada, dão uma força para a pessoa descobrir por si só o que se faz pra cantar a beleza da vida, pra não mais ter tanto medo de viver, de sonhar, de querer!
Por mais que a ética profissional exija do Psicólogo uma conduta que separe a vida do paciente de suas incertezas, histórias, e construções de conceito, é impossível olhar para um ser humano a beira de uma depressão, por acontecimentos na vida pessoal e não ter compaixão, não se por em seu lugar, e não pensar o que faria naquela situação...em como seria se fosse com você, com seu pai, sua mãe, seu filho. É...não é tão simples sentar em uma cadeira e escutar os medos, as aflições, as ansiedades, as culpas, os rancores, ódios, trejeitos de uma pessoa que você não conhesse, mas mesmo assim quer vê-la bem, em algum momento a cabeça pira e você se vê precisando de uma ajuda também, mas calma aí, paro e penso "Não sou eu que sou o Psicólogo?", pois é ta aí o grande mistério da Psicologia, doar-se ao próximo mesmo que todos os anos que você tenha estudado não sirva como fonte para seus desesperos, pois você também necessita de ajuda, mas não tem como parar de frente pro espelho e se auto-avaliar. E esse é o mais gostoso, eu não quero me entender, aliás, eu não preciso me entender, eu quero é ajudar o ser humano a sair de seus próprios labirintos, de suas próprias invenções de desespero, quero poder tirar as mãos de meus ouvidos e não ter que ouvir gritos de socorro por onde passo, por cada rostinho aflito que vejo nas ruas da vida, eu quero que eles se encontrem, tenham maturidade para assumir que precisam de ajuda e a aceitem, mas também que tenham humanidade para perceber quando já pode caminhar literalmente sozinho, sem nenhum ombro-amigo profissional para escutá-los, e deixar que outros também tenham espaço para aceitar a ajuda e que não passem pelo o que eu passo, confusão cerebral gravíssima.
27/08 - Dia Nacional do Psicólogo.
(futuramente o comemorarei)

"Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro."
Sigmund Freud
                                                                                                               

Escrito por: Paula Marini