sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Um pouco do que é contável

Ela não só lutava pela verdade como era a própria verdade.

Estava prestes a completar mais um ano aqui no beco, tinha seus dias tempestivos, mas tinha seus dias ensolarados em que era calorosa com todos, meigamente.
Destemida, não ligava para estranhamentos, se não gostassem dela, OKAY ;), eram tão bem vindos quanto quem gostava. Era firme.
Sua pré-disposição à tudo que vinha ia se acabando conforme o peso da idade ia chegando, ela estava cansada...
Cansada de pensar, de agir, de sentir...em certos momentos pedia para ir contra sua natureza humana, preferia ser instintiva e irracional à ter de passar por todas as avalanches mentais e morais - achava que não tinha moral para ser vista como gente, à vezes não era aceita por suas medidas(em todos os sentidos).
Usava seus olhos pequenos não só para desfrutar do seu sentido da visão, deles saiam palavras, mais proferidas do que dos próprios lábios...aí eles eram GIGANTES.
A verdade aqui era literalmente estampada no olhar.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Go, grow up!

Crescer: Desenvolver-se; Aumentar; Tornar-se maior.

E sempre que se passa um inverno hibernando vem a primavera para trazer flores e te dar gosto de gastar as solas do sapato fora de casa.
Dessa vez, cansada de ficar sentada em meu banquinho vendo pessoas indo e vindo, umas satisfeitas com o que escolheu, outras com orgulho, veteranas...decidi agir, fazer algo...mas dessa vez por mim.
Talvez tenha sido uma atitude precipitada, assim como os passarinhos ensaiam voar - mas com suas asas pequenas não conseguem nem pousar com glamour - sempre dão com o bico no chão.
Entre mil reinos escolhi ficar em um, aquele que desse para eu me sentir bem...a minha praia. Tudo certo, malas prontas e lá vou eu! Putz mágico...Ouso dizer que foi mais do que esperado a minha capacidade de permanecer ali, mas como em todos os contos tem a parte mais suspense, mais tensa(mas que nos ensina muita coisa) tive que permanecer de pé e escolher se realmente queria ficar ou então partir para um reino novo. Escolha que eu não poderia fazer do dia pra noite, mas dessa vez teve de ser feito de tal modo...e escolhi!
Entre o que eu me sentia bem e o que fui convidada a participar eu gostava dos dois, porém com suas diferenças. Mas assim como a rocha que existe na terra e no mar, optei por estar nos dois.

"Indecisão é uma arma contra o crescimento, na duvida arrisque-se. Isso ajuda!"

Escrito por: Paula Marini

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Numa manhã...

Por que em dias chuvosos e nublados o sentimento que mais perturba é a solidão? Olhando pra janela gotas de amargura e de tristeza não deixam ver o que se passa lá fora...os meus suspiros embarçam o vidro e não percebo que já foi embora.

Escrito por: Paula Marini

Fonte de mel.


Nos seus olhos via-se quase uma gueixa, seus olhos puxados e suas armaduras diziam isso. Ela tinha gosto por batalhas, mas que dela só saisse ferido o ego ou o orgulho do perdedor, nada além disso...nada de sangue derramado.
Não negava luta à ninguém, só a ela mesma, não suportava ter de combater consigo mesma para curar seus medos, mais quais medos?? Era algo que ela não admitia em seu vocabulário, o seu único medo é o de ter medo.

Escrito por: Paula Marini

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Amor?

O que é amar? Difícil de responder, difícil de descrever, difícil de acreditar. Um sentimento sem significado aparente...acho complexo alguém explicar o que na verdade não se sabe sentir.
Numa estrada com 2 caminhos se encontra o amor onde não se espera, afinal o inesperdado é o verdadeiro? Ah! Coisa esquesita de se apaixonar é o amor.
Muito tempo sem provar acaba-se por esquecer o sentido, o sabor, o ardor, o calor, o amor. Palavras acabam sendo ditas sem razão, sem emoção e sério, não vem do coração.
E bla bla bla, quem escreveu isso???

Escrito por:Paula Marini

sábado, 13 de agosto de 2011

Acordei diferente, feliz!

Felicidade: Qualidade ou estado de feliz.

Deixa eu soltar meus balões, minhas cores...
Hoje acordei...diferente!
Com as certezas mais incertas, com as vontades mais discretas e com um amor inacabado.
Inacabado?
Inacabado é o que não está acabado...que bom! Que toda a covardia que o cerca vá, mas leve todas as coisas que o perturbam na mala! E a viagem é só de ida. ;)
Acordei, mas acordei pra vida! Os braços esticados para espantar a preguiça, espantou...mas espantou todo o medo! Deu vontade de abraçar o sol, sentir seu calor, e perceber que a luz dele também estava em mim.
Acordei de um pesadelo...que comprovou que sempre existe um feixe de luz na escuridão. Mas que a escuridão por si só não é o problema, o pequeno mau é o que vem junto dela, a solidão.
Me descobri!
Percebi que eu tenho um poder gigante, o de abrir os olhos e perceber que eu possuo o MAIOR dom...o de enxergar!
Ver a vida, ver as cores, o brilho, ver a vida em outras vidas...mas além de tudo, ver a alma, ver os recônditos...de mim!
Acordei com o coração batendo, diferente...pulsando de vontade de querer gritar, pular, pular de verdade, dar uma sambada, mas com alguém dando corda, alguém...


Mas acima  de tudo, acordei com vontade de SER e não de ESTAR!
Sou feliz (:


Me escorrego nas palavras proferidas, mas nas palavras escritas...sou gigante! ;)
Escrito por: Paula Marini. 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Tá vendo aquela lua?

Lua: é o único satélite natural da Terra.

Algumas pessoas buscam diversas formas de desabafar, contar com um brother, um parceiro de caminhada...usam amigos, terapeutas, banquinhos, blogs e outros meios da vasta internet...outros precisam somente de uma presença natural que não está tão presente...
Às vezes em forma geométrica redonda no céu, ou em formato de um sorriso...ah que sorriso! Aqui no beco ela é muito bem vinda, todos os dias, e quando ela não aparece chega a ser triste ver a imensidão azul das alturas sem o seu brilho, sem a sua luz que ilumina as ruas escuras e as mentes obscuras. Sem transmitir aquele ar de paz, branquinha, branquinha...
Mesmo ela de longe creio que ela tenha dado o prazer de respirar à muitos pulmões desistentes, a vontade de buscar muitos sonhos guardados, empoeirados em mentes esquecidas, e tenha dado à luz as trevas junto com os outros pinguinhos de luz que ficam no azulão!
Não a adoro nem mesmo a venero, ela não é Deusa para isso, mas a admiro, e a cima de tudo admiro o seu Criador, foi de muito bom gosto tal feito! ;)
E tem gente que a deixa passar despercebida, como??
CHEIA de luz para dar?!
Com NOVA cor?!
Com aquele CRESCENTE branquinho?!
Com aquele sorriso MINGUANTE?!
Acorda! Olha pra cima! E assim como eu, toda vez que vê-la brilhando no céu manda um beijo e diga o quanto ela é linda! Esse é o mínimo a ser feito pelo tanto que ela faz por você e pela escuridão!

Amiga Lua, te admiro, te namoro...te amo, obrigada!


"Uma noite sem lua, uma noite sem luz."
"Tudo o que Deus criou foi com algum propósito e Ele viu que era bom...e para iluminar, a Lua."

Escrito por: Paula Marini.

domingo, 31 de julho de 2011

A insistência da desistência.

Desistir: Não continuar, abster-se, renunciar.

O pulso ainda pulsa, e o banco ainda me escuta.

Quando uma flor desiste de florescer, o universo deveria parar! Perderiamos sua beleza, sua fragância, sua exuberância...nossa quanto desperdício!
As estrelas deveriam convencê-la a existir, mostrar que a beleza se encontra nas coisas simples, custa entender?
A falta de sensibilidade e humanidade têm feito muitas flores desistirem de florescer...talvez porque as pétalas de algumas não são tão bonitas, elaboradas, exuberante quanto de outras...então o que seria da rosa?? A flor mais comum, a que não tem novidades em desenhos, todas são iguais, diferenciam-se em cores somente...mas nem por isso ela deixa de exalar seu aroma, porque a beleza dela é única, contém singeleza, simplicidade, sentimento...nem todos gostam de exuberância.
Àqueles que não sabem apreciar beleza alguma, ao menos não interfira a ponto de desanimar tão lindo feito da natureza a crescer, pluralizar sua beleza!
Aos que acham que beleza é fundamental, faça interpretação de texto...olhe dentro do caule a verdadeira beleza, e não as formas e cores das pétalas.


"Belas flores são regadas por água, belas flores são regadas por lágrimas."
Escrito por: Paula Marini

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Saia do casulo!

Descoberta: Coisa que se descobriu; descobrimento, achamento; invenção, invento.


Em certos momentos da vida, um banquinho e uma reflexão não são o bastante...é necessário sentir o ar puro, a brisa acariciando o rosto, sinal de liberdade!
Saia do casulo! Mas saiba o que está fazendo, não adianta virar uma linda borboleta e não saber usar sua beleza para cruzar o vento certo!
Voe, mas voe alto!! Voos planos não levam à grandes conquistas...porque se houver queda, vai ser de altura baixa, e precisamos muitas vezes levantar de grandes tombos!!!
Traçar grandes viagens e planos não é lá a melhor opção, imprevistos acontecem, e não é nada legal se frustrar por não ter conseguido alcançar o que queria...faça um pequeno plano de voo de cada vez...recapitulando, PEQUENO! Mas é merecido voos sem direção, pode chegar até imensidões jamais visitadas, é só deixar o vento guiar...
E se a asa quebrar?? Tenha sempre em mente um pouso de emergência...mas detalhe, que borboletas são borboletas em qualquer ocasião...o pouso tem de ser deslumbrante assim como elas. Sem perder a pose, mesmo com uma asa a menos, usa de toda elegância para pousar...
Abusaaaa da liberdade sabe porque?? Sabe bem o que é ficar presa, num casulo escuro, tendo que ocultar tamanha beleza de suas formas inusitadas em suas asas.
Dê valor a cada voo, por saber que um dia, não pôde usufruir de seu grande dom de voar.
Cuidado borboleta! Se voar por ares ainda não descobertos e ver que não é ar que se respire, passa a quinta marcha e sai fora! O Grande te fez com uma beleza tão imensa que seria uma falta de consideração com Ele se deixar levar por ventos ruins...
E se um dia se deixar levar, volta...borboletas sempre voltam, e o jardim é Ele.


Enquanto existir sinais vitais, não diga que é tarde.

Escrito por: Paula Marini

sábado, 11 de junho de 2011

Siga em frente.



Escolha: Ato ou efeito de escolher; Preferência, predileção; Opção.


Dessa vez, decidi mudar o cenário, fui caminhar nas areias da praia, quem sabe eu curtindo esse combo de maravilhas da natureza eu não fico melhor? Areia, mar, brisa gelada, o sol, se pondo entre os morros...nessa hora que agradeço pelos meus sinais vitais e por meus sentidos, porque é um privilégio estar aqui.
Coloquei meus pés na areia, que sensação de liberdade...olhei para o mar, decidi-me sentar, para melhor apreciar. Toda encolhida eu refletia sobre as flores que Papai planta em nosso jardim. O que fazer com elas?
Ousadamente, plantaram uma bela flor em meu jardim, inicialmente fiquei assustada, será que eu saberia cuidar dela, em vista de que em meu jardim já havia outra flor, que me dava trabalho. Decidi arriscar e tentar abrigá-la aqui...
Ela fez-me sentir algo que já não sentia há tempos; Me fazia sorrir, eu senti que era importante, pelo menos para ela, todos os dias de manhã ela exalava seu cheiro, mesmo sem eu vê-la eu sentia, e à noite, quando eu parava para admirá-la e ela me dava aquele sorriso de todos os dias.
Mas e a outra flor? Sim, eu cuidava dela ainda, às vezes até mais, mas ela era indiferente. Eu gostava de admirá-la, de dizer o quanto ela era linda e o quanto ela mexia com minha vida, mesmo ela sendo de outra pessoa também.
Cansada de ficar dividida, um dia tive que escolher com qual eu ficaria. Foi uma difícil decisão...mas com medo de me envolver, de me apegar de mais, achei melhor ficar com a que não era inteiramente minha, porque aí eu não poderia mesmo me apaixonar por seu cheiro. Já a outra, inteirinha para mim, só para mim, poderia despertar um sentimento que eu não poderia ter, seu cheiro me embalava numa canção jamais ouvida...me envolvia... Tive que deixá-la ser plantada em outro lugar, mesmo com o coração partido, e seu aroma continua aqui...mas flores morrem.
E aqui, sentada, olhando para o horizonte, vendo a noite cair percebo o quão idiota eu fui, sim, idiota!
Mas o futuro, a mim não pertence...quem sabe Papai me ajude.
Me levanto, e me despeço da linda noite que está por vir, porque meu beco me espera.



O tempo é a única ferramenta não ajustável que temos em nossas mãos.
Escrito por: Paula Marini

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Marcas do tempo.

Tempo: Medida de duração dos fenômenos.
Nostalgia: Melancolia, tristeza causada pela saudade de sua terra.

A cada lembrança, a cada lágrima a certeza de que poderia ter feito mais.
Sábios dizem que o tempo cura qualquer ferida e sara toda dor, mas não entendem que em terra que não se anda, sábio é aquele que não perde tempo.
Um amigo de beco, de banquinho, de divisão de brisas, de noites escuras ... talvez ele ainda esteja aqui.
As pegadas no chão, o cheiro único, o estilo diferente, o tradicional escondido em modernista, o assobio de músicas, as canções jamais reveladas nas rádios, as melodias feitas a luz da lua, ao calor do sol, ao fresquinho das sombras, nas madrugadas insones. Em cada parte via sua vida viva, mas aqui já não habitava mais ...
Enquanto estava aqui no beco vivia em seu casco como uma tartaruga em posição de defesa, mas diferente delas ele não o usava para se proteger, mas porque era amante do silêncio do ambiente e também de sua voz estridente cantarolando.
Desejava o melhor para os frutos de suas sementes e se apegava a algumas em especial, mas amava todas.
Tinha o dom da perturbação e a sabedoria de um "multi-man", mas nem se quer títulos tinha para tal, era isso e ponto, não brincava em serviço!
Lembro-me bem de seus caichinhos cor de neve que dava a impressão de ser um personagem natalino, porém mais irreverente, meu companheiro era uma figura única e muito engraçada, queria vê-lo novamente...aaaaaah aqueles olhos diferentes ...
Passou por alguns problemas, mas sua calma pela primeira vez não fez tão bem.Ficou um tempo longe por isso, e certamente não sabia que não voltaria para se deliciar dos ventos acariciadores do beco, pois é ...
Recebeu minhas palavras umidas de lágrimas nas folhas, em seu momento mais difícil...talvez nem as tenha lido, mas tenho certeza que alguém o fez para ele, acho que até se emocionava e por vezes me "mal dizia" de seu jeito "carinhoso" por isso, não gostava muito de demonstrar seus sentimentos.
Sua inquietude marcava até o seu momento de paralisia, talvez eu nunca o tivesse visto parado, mas na despedida fui obrigada a ver pela primeira e última vez. Ele me dava um "até logo" mais sereno que já vi, acho que sabia que nosso adeus seria breve...talvez sim, talvez não, depende do Mestre dos Mestres, já se passaram 3 anos né?
Diretamente: Não pude te olhar até a última hora, não pude escutar seus últimos suspiros, mas acredito que saiba que eu estava contigo até o fim, e que estou até agora, a distância só me faz te amar mais.
Obrigada por minha vida, pelo afago, por ter se tornado a minha estrela, a minha ventania. Obrigada por mesmo distante estar me apoiando, me levantando com a ajuda de Papai, meu anjo! Obrigada pelo empurrãozinho, pelo ânimo, pelo meu sorriso de quando lembro o quão bom fostes para mim e talvez não tenha tido tempo de dizer-te que EU TE AMO e que agradeço pela última lágrima ter sido por mim, me orgulho disso ...
Não desculpo por minha nostalgia, mas qualquer dia amigo a gente vai se encontrar...está marcado ;)



"O pior do fim de tarde é a nostalgia que nos entristece e nos amarga como a solidão, mesmo sabendo que nada nos preencherá."


Escrito por: Paula Marini