segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Me dê motivos.


Motivo: Razão, móvel; aquilo que nos leva a fazer algo, ou justifica o nosso comportamento; explicação, justificativa.

Certa vez cansada de ficar sentada em meu banquinho decidi me esparramar feito criança naquela grama verdinha, verdinha. Uma brisa fria de primavera passava sobre minha pele, um clima gostoso digno de fim de tarde.
Por um momento me perdi em meus pensamentos, e me peguei vagando em outro mundo, outro mundo? É ... me perdi e me encontrei! De repente me vi sentada no topo de uma montanha, ok, eu nem conseguia me mexer pois parecia que se eu respirasse eu poderia cair naquele penhasco tão próximo de meus pés, mas essa sensação passou tão rápido...de outra forma instantânea sentadinha lá consegui me sentir em casa, balançava meus pés como se eu estivesse num balanço da praça. Fechei os olhos e se eu batesse os braços tenho certeza que conseguiria levantar vôo, porque era essa a impressão.
Quando abri os olhos, pude ver uma nuvem de interrogações, questionamentos, argumentos falhos, problemas inexistentes, tristeza irracional, e medo, nossa uma nuvem imensa, muito medo! Medo da falta de motivos pra insistir em sua existência, pra bater o pé e dizer com firmeza que não se está cansado, medo da falta de motivos para colocar ar em meus pulmões.
Aparentemente protagonizava a peça perfeita, era um espetáculo. Quem estava de fora, aplaudia e não acreditava na falta de sucesso. Mas ninguém queria desvendar o que se passava na coxia, porque era mais fácil aceitar a grande apresentação, do que ainda se preocupar com as razões do script estar meio obscuro.
O diretor do evento estava meio sem criatividade, ôôôô estava faltando ação, comédia e claro romance, o gênero que mais prevalecia era drama, mas que drama hein!
Luz, câmera, ação...gravando!
Aaaaah aquele capítulo, jamais será esquecido! A mocinha já estava desesperançada com todo drama de sua história, drama as vezes até escrito por ela mesma já que ela não fazia nada pra reverter a sua situação nesse espetáculo. Até que um dia, em alguma torrente de chuva de verão em pleno inverno eis que surge a boa nova, a alegria, a motivação, o erguer-se do chão. Aaaah que MOTIVO pra se ter vontade de viver, crescer e permanecer.
Ela abre a porta e encontra uma carta, nela escrita que o grande amor de sua vida nascerá, e virá pra renovar todos os sentidos e vontades guardadas em seu coração. De imediato um baque, um segundo depois lágrimas, de tristeza? Não! De felicidade de poder revigorar tudo o que se tem por dentro e não deixar mais um coração perder o sentido pra bater.
Depois de mergulhar nesse profundo azul de meus anseios, uma borboleta lilás pousou na pontinha do meu nariz, senti cócegas, acordei e aplaudi de pé a última cena que pude assistir da peça...porque o restante ainda é surpresa, nem eu sei, só o meu Grande Escritor que sabe, e Ele guarda segredo como ninguém. Já estava tarde nem conseguia mais ver o fim do abismo que estava em minha frente, então decidi repousar um pouco meus olhos e dessa vez meus pensamentos também. Quando acordei lá estava eu na grama veeeerdinha, e tinha um cachorro comigo, uma luneta, um regador,e minha  roupa suja, parecia que tinha brincado na lama. Mas como? É que enquanto me desvendava, eu mesma estava aproveitando os grandes motivos da vida.

Em especial, obrigada Afilhado(a), minha razão mesmo estando ainda na barriguinha.


Escrito por: Paula Marini

5 comentários:

  1. Que lindo prima...
    amei o texto...
    eu te amo...
    e pode ter certeza que o Duan ou a Joanne ja TE AMA tbm...
    mesmo estando na barriguinha...bjs

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  2. Legal esse texto! ^^
    Não sei nem direito o que falar...
    O lance do "Grande Escritor" foi genial!!
    Lindo de mais esse texto. Me fez pensar um pouco, mas só um pouco mesmo... xP

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  3. ficou maneiro!!!!
    bela homenagem ao futuro bebê da família.
    ;)

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  4. Oii lindona, é a Mayara, miga da Lili, achei seu blog, eu tb tenho um, depois vc visita.. Vou sempre que der deixar um recadinho aqui..Belo blog.!
    Beijinhoos!

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  5. Lindas palavras, lindos motivos, lindos subentendidos (rs) Até a grande nuvem ficou linda. Adoro o seu estilo literário. ♥

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